pequenitudes - crônicas das pequenas atitudes humanas

segunda-feira, 8 de setembro de 2014



naquele dia, algo me atingiu de tal forma que senti meu corpo numa espécie de moinho, fui tomada por uma dor que latejava a alma, e eu frágil, recolhi-me. o frio que vinha em seguida não era uma brisa boa que buscamos quando abrimos a janela e deixamos ela passear pelos cômodos da casa, fazendo as cortinas dançarem num ritmo ora lento, ora soberbo e apressado, como um jazz. era um frio que encolhe a gente, faz-nos íntimos dos edredões, mas sem o prazer de um filme e pipoca.
da minha garganta, parecia descer espinhos, o nó era constante, o gostos amargos eram, mesmo se o mais doce dos chocolates viessem a derreter na minha boca. escorria a viscosidade que tudo isso causa, involuntariamente, expulsando o que há de impuro em mim, tomei uma dose revigorante para a vida seguir, vencendo os males que os dias trazem, inevitavelmente na poeira, no mofo do que está esquecido, no contato com o mundo.
gripe maldita! fui à drogaria, voltei e deitei, sem disposição.

Nenhum comentário:

Postar um comentário