pequenitudes - crônicas das pequenas atitudes humanas

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

o quarto rei mago

melquior adentrou o estábulo e, ajoelhando-se diante da manjedoura, disse:

"trago-te ouro, pequeno rei, para que não falte pão nem para ti nem para teus súditos."

logo após entrou gaspar. numa reverência, abaixou a mão que trazia uma caixinha e disse:

"ó, filho do homem, eu te trago incenso para que a sabedoria divina esteja sempre contigo."

baltazar veio atrás, e sentou-se ao pé do berço de palha:

"ungido, venho te trazer mirra..."

neste momento, irrompeu estábulo adentro, furioso, um outro homem.

"mesmo insultado por não ter sido convidado, eu, o rei mago das terras mais longínquas, me faço presente neste primeiro natal! e pela desonra de ter sido ignorado, eu trago para este bebê uma maldição: quando completares 30 anos, espetarão teus membros numa cruz e morrerás!"

saiu como o vento. baltazar retomou:

"ungido, mirra é meu presente para ti, para que, quando chegar a hora, retornes da morte."

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