fazia jardim 1 no instituto helena lubienska em recife. uma colega metidinha chegou para mim, embalando o próprio corpo e disse: “sabia que papai noel não existe? que ele é o nosso pai vestido com uma fantasia?” eu estava com a escova de dentes na boca (e o cotovelo direito coberto de gotinhas de baba), não contei conversa e espumando retruquei: “sabia que natal não existe? que foi uma invenção para prender as pessoas em casa enquanto o papangu, a perna cabeluda e a comadre florzinha saem pelas ruas procurando criancinhas espertas para o jantar de fim de ano?” ela arregalou os olhos (o maior par de olhos vistos até então). o susto foi merecido, não precisava ter acabado com o meu encanto natalino precocemente! (descobri, depois de alguns anos, que ela havia se tornado cientista social.)
mas... peraí... é sério? é por isso mesmo?
ResponderExcluiropa, aí vem uma série? o que nos espera no episódio nº 2?
ResponderExcluirEu não disse: essa Maria Betânia é um gênio! Adorei! Mais do que perfeito: além da concisão incrível, as reminiscências adoráveis e o ótimo uso da Língua, ela ainda nos arremata com suaves "entreveros" corriqueiros, como a baba escorrendo do escovar de dentes da criancinha precoce, rs! Parabéns, minha cara! Abraço a todos deste sempre excelente espaço!
ResponderExcluirÉ minha noiva. Orgulho-me dela. Dobrei o estômago algumas vezes ao ler esse post.
ResponderExcluirDilberto? Criatura, muito obrigada pelos elogios.Penso que textos são caleidoscópios de palavras se arranjando no olho do observador. Valeu mesmo por ter descrito o que seus olhos viram. Um abraço.
ResponderExcluirRúbio, meu amor. Não dobre o seu estômago, você já come tão pouquinho... Deixa que eu faço isso em seu lugar Estou precisando! (valeu meu lindo!!)