pequenitudes - crônicas das pequenas atitudes humanas

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Moeda

Ele, côncavo, cinza, sujo. Sabia onde pisava, pois só via o chão. Não poderia saber qual a cor dos olhos das outras pessoas.
Ela, reta, vermelha, opaca. Sorria como quem vive uma piada de bom gosto, e nunca prestava atenção no que os amigos calçavam.
Cruzaram-se, certa vez. Apaixonaram-se. Foi como a Morte encarando a Vida. Como o Vácuo no coração da Terra. Sentiram-se atraídos, como dois azougues.
Seguiram em frente, cada um o seu caminho. Eram duas forças irrefreáveis, opostas demais. Como dois lados de uma moeda, que nunca podem se colocar frente a frente.
Mas jamais se esqueceram um do outro.

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