O lance que ele parecia querer me dizer era sério, aqui, nesse parque vazio e escuro. Em lágrimas, tenta me dizer algo, balbucia algumas palavras sem sentido, será que andou bebendo/ se drogando, faz tanto tempo que a gente-meu deus, como ele está esquisito pondo a mão no meu bolso, puxando a receita do meu psiquiatra, jogando no chão, falando como a gente era, de como éramos amigos, de passados risonhos e malucos, ele me empurra, alguém passa e diz “posso ajudá-lo?”, mas “tudo bem, moça”, e ele a ignora totalmente me esmurrando e dando ordens no meio de lágrimas, de tudo que já fui e quis ser e de todas as mentiras que disse para não matá-lo. Ele me joga todos os remédios na cara, e é quando caio ao chão em prantos, enquanto ele desaparece na minha frente para nunca mais voltar.
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