pequenitudes - crônicas das pequenas atitudes humanas

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Frame azul

Sons de tambores alternam em rimo frenético. Braços meio que ondas compassam. “Vi você dançando para mim, era você Aganju? Era você Yoruba?”. Abrigada em veículo fechado e translúcido, vejo surgir o cenário azul na linha férrea do Alecrim: como fachada de capelas erguidas atravessando a avenida, escuridão de noite-madrugada, homens e crianças sentadas nas calçadas verossímeis, bem vestidos de azul, roupas antigas, calças justas, camisa de algodão, vestidos de cetim marcados por sianinhas nas barras. Seguravam velas nas mãos. A luz daquelas velas era toda a luz. As portas do que pareciam igrejas, deixavam livres o asfalto por onde percorria o meu veículo. Portas soando pórticos. “É de Oxum Babalorixá. Querem paz”. Na travessia, percebo ser aquela uma encruzilhada (azul).

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