pequenitudes - crônicas das pequenas atitudes humanas

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

no quarto,

Ele abre seu armário, "aquela calça tem que estar aqui", pensa. Um vestido antigo ainda no cabide, ele não lembra. Tira-o do armário e o expõe por completo, cheira. Ele se vê numa sorveteria, andando despreocupadamente. Eles se riem não se sabe do quê, como um buraquinho de memória, uma peça de lego, uma mancha bege no vestido: sorvete, ela quis provar do seu sorvete, pingou, eles se riem, uma avalanche de felicidade de um tempo eterno. Mancha, cheiro, vestido. Como se a máquina do tempo se desligasse de repente, ele volta a cheirar o vestido, o rosto dentro: O cheiro dela se molhando.

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