pequenitudes - crônicas das pequenas atitudes humanas

quarta-feira, 17 de março de 2010

peixinho

meu irmão perdera o filho, mas sua esposa pôs um novo ovo, bem ovalado e ebúrneo.

ele seria paulinho de novo, o mesmo paulinho, nascido outra vez.

ao sair do ovo, tinha uns 15 centímetros de altura, era amarelo e indefeso. mas seu olhar mostrava que ele ainda nos reconhecia a todos.

tinha bracinhos e perninhas curtas e atarracadas. esperaríamos semanas, meses, para a filogênese dar conta de ele tomar a forma humana.

percebi então que ele tinha escamas no corpo e nadadeiras na cabeça, além de pele coriácea entre os dedos, remontando nossos antepassados, refazendo a evolução que nos fez o que somos hoje.

"peixinho."

2 comentários:

  1. nossa...

    uau....

    foi um dos textos mais complicados que já li...

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  2. é, os sonhos são bem complicados para a instância consciente da psique...

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